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Leia ouvindo; https://www.youtube.com/watch?v=H5mnDcZu0I0

Analisando o passado, eu diria que tive uma boa infância. Nada de ruim aconteceu comigo, quase nunca fiquei doente, nunca quebrei nenhum osso ou briguei com parentes quando eles faziam visitas. Eu era basicamente o filho “perfeito” (sem querer me gabar).


Exceto por uma vez... Eu visitava meus primos mais velhos quando presenciei o momento mais estranho que consigo me lembrar, e até hoje, ainda não consigo me convencer de que foi apenas minha imaginação.


Eu devia ter uns seis anos naquela época, mas ainda me lembro de tudo como se fosse ontem. Eu havia subido em cima de árvores a maior parte do dia, e, quando começou a anoitecer, nós entramos em casa. Meus tios haviam saído para jantar e nos deixaram sozinhos, e eu resolvi sugerir, “Vamos brincar de esconde-esconde!”.


Ás vezes eu me pergunto como seria a história se eu não tivesse sugerido isso.


Bom, era a vez do Alex de procurar, pois ele havia perdido no ‘pedra, papel e tesoura’, assim, Ray e eu fomos nos esconder.


Primeiro, tentei me espremer atrás do sofá, meu lugar preferido de ficar, mas estava mais perto da parede do que o normal, e por mais magro que eu fosse, não conseguia ficar lá.


Alex estava na metade da contagem, então, sem pensar, corri até o quarto deles e olhei ao redor, tentando achar algum lugar para me esconder, mesmo que não fosse tão bom quanto o anterior.


O quarto era bem bagunçado e eu resolvi me esconder debaixo da mesa, eu cabia direitinho... Qualquer coisa era melhor do que ser encontrado ainda procurando um lugar para se esconder.


Enquanto eu me abaixava percebi que minha outra prima, Ray havia chegado lá primeiro. Eu conseguia enxergar uma mecha do cabelo dela sob a coberta que ela se encontrava; Alex estava quase terminando a contagem, e eu, sem pensar, acabei me juntando a Ray.


Eu pedi para ficar perto dela, mas quando tentei puxar a coberta para me esconder, ela se afastou. Eu me aproximei novamente, falando um longo “pooor favorrrr”, mas ela continuou se afastando, tentando ao máximo evitar meu toque.


Tudo bem, eu pensei. Isso é justo, ela estava aqui antes de mim... Faz sentido que eu seja o primeiro a ser pego.


Eu disse que conseguia ver o cabelo dela, e ela se mexeu numa tentativa (falha) de esconder a mecha.


Acabei ficando lá, mas sem a coberta, e mesmo assim o lugar não era tão ruim. Tinha umas caixas na frente e eu não seria visto; eu me encostei um pouco no cobertor e sussurrei que era um bom lugar e a resposta de Ray foi se mexer embaixo da coberta. Foi então que ouvi Alex entrar no quarto, ele olhou ao redor, checando embaixo das camas que estavam em frente à mesa e eu prendi minha respiração.


Ele levantou e checou em outros lugares antes de sair do quarto; eu suspirei aliviado e sussurrei para Ray que tinha sido “por pouco” e Ray novamente apenas se mexeu embaixo da coberta.


Do lado de fora do quarto eu ouvi as vozes de Alex e Ray gritarem, “Ollie, ollie, cadê você?” vindo de outro cômodo. Então, eu comecei a levantar orgulhoso por não ter sido encontrado, e chamei a Ray, mas ela nem se mexeu.


Foi então que eu percebi que meus dois primos estavam gritando do outro cômodo, e foi como um choque na minha mente quando eu percebi que só eu e meus dois primos estávamos em casa.


O pânico correu em meu corpo como se fizesse parte de mim quando eu comecei a correr para fora do quarto e me deparei com os dois lá fora.


Eu tentei explicar da melhor maneira que pude que havia sim alguém no quarto comigo, e eles, é claro, não acreditaram em mim. Eu tentei levá-los para o lugar que eu havia me escondido, para provar que era verdade, mas não pude acreditar quando finalmente chegamos lá.


Não havia nada embaixo da mesa.


A coberta estava completamente vazia e jogada no chão.


Meus primos riram de mim enquanto eu procurava por todo o quarto, as caixas, perto da mesa e embaixo das camas; aquilo não podia ter sido apenas impressão.



Mas havia ido embora; depois de anos, eu ainda não tenho explicação sobre o que era aquilo... E francamente, eu estou feliz por nunca ter visto o que realmente estava sob a coberta.

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