Dia 1/6/1430
Deparei-me com a minha melhor amiga que tocara há porta de casa para me convidar a ir há praça. Apesar de eu ser pobre, ainda mantinha a alegria e a felicidade de estar com os meus amigos. Ela perguntara-me:
- Diego, vamos há praça, os restantes estão lá e dizem que lá não é nada sem ti, vamos? – Perguntou esboçando aquele sorriso que eu sempre amei, não hesitei e pronunciei o sim que ela queria ouvir. Fechei a porta e decidi ir, junto com ela.
Não demorou cinco minutos para estarmos situados numa rua estreita e demasiado longa, onde a felicidade pairava no ar. Ao nosso lado estavam os teatros, onde apenas membros da nobreza poderiam vê-los, algo que ninguém concordava pois de acordo com a nossa lei do povo, todos mantinham os mesmos direitos mas era proibido neste tempo.
Ignorando isto, encontramo-los sentados num branco de madeira. Receberam-me de braços abertos e eu retribui-lhes com um sorriso e uns abraços.
- Como foi o dia? Espero que a Sarah não te tenha chateado. – Respondeu o meu melhor amigo Leo com aquele tom sarcástico que ele sempre teve desde a a sua infância, mas era graças a esse tom sarcástico que nos fazia rir.
- Na na, não tem problema e no mais, nenhum amigo meu não me chateia! – Sorri enquanto a minha melhor amiga fez o mesmo.
Ficamos a falar por um tempo, até que eu notei um vento espesso. As tendas começavam-se a destruir e outros objetos a voar em plena praça. Algo não estava bem, pois todos sabíamos que tal tempo há cinco segundos atrás não estava assim. Fiquei plenamente desconfiado.
Mas… de repente olhei para a minha esquerda e deparei-me com um rapa trajando um cachecol de longo comprimento. Este estava encostado a um poste olhando plenamente para mim. Fiquei assustado após perceber os olhos brancos e negros que este possuirá. Decidi ir com os meus amigos para outro sítio, mas antes de ir, virei-me para ver se aquele sujeito ainda se mantinha lá mas não. Ele havia desaparecido como areia.
- Estranho… - Comentei para mim próprio.
- O que é estranho? – Quis saber Sarah olhando-me torto.
- Nada, foi só uma impressão minha… - Menti pois poderia ter sido apenas a minha imaginação criativa.
Era de noite e o clima mostrava que mais tarde viria uma chuva inimiga, pronta para abater as nossas casas e paredes. Eles decidiram ir comigo até ao meu lar mas fomos parados por um ladrão que nos ameaçava com um punhal caso nós não lhe dessemos todo o ouro que possuíramos. Pus-me firme e respondera-lhe que não lhe daríamos nada. Ele partiu para o ataque.
- Sarah! Leo! – Gritei horrificamente após ele ter esfaqueado o meu melhor amigo e ter degolado a minha melhor amiga. Este apontou a cabeça dela para mim, minha reação foi horrorosa, fiquei incrédulo, não acreditava que aquilo estava a acontecer. Ele pronunciou:
- Isto é tudo culpa tua! – Gritou como um psicopata lançando a cabeça contra mim, eu cai no chão ainda mais assustado ao ver o ar morto e melancólico de Sarah.
Ele fugiu. Eu estava paralisado.
- Se queres vingança, então eu te darei, se queres poder, então tu o receberás… - Uma voz entrou na minha mente, essa voz era tanto humana como demoníaca ao mesmo tempo. Não sabia o que estará a acontecer – Quem és tu? – Perguntei.
- Sou o teu salvador! – Respondeu-me e foi então que eu o vi. Era o mesmo sujeito daquela vez. Estava a centímetros do meu rosto enquanto sorria maleficamente. Era incrivelmente interessante, como é que ele chegou ao pé de mim sem eu ter notado a sua presença? Mas aqueles olhos ainda me assustavam por completo.
- A vingança corre dentro de ti e eu apenas ligarei o combustível… - Respondeu tocando com o seu dedo gordo no meu ombro. Eu senti como se a minha cabeça estivesse prestes a explodir, ao mesmo tempo que a minha força e o meu desejo de assassinar cresciam. Meus olhos tornaram-se negros e brancos como os dele e gritei horrificamente, ele apenas sorria de braços cruzados –Agora vai, tem a tua vingança! – Gritou apontando-me a direção e eu segui, como se o meu corpo estivesse a ser controlado sem eu mesmo desejar.
Corri, apenas pronunciando “Vingança, Vingança” e mais vingança até eu perder o meu folego mas mesmo assim eu não abrandei, esperando para assassinar aquele monstro que me estava aterrorizar. Chutei a porta de um barraco com uma força sobre-humana, fazendo-a em pedaços. E lá estava ele, o assassino.
- Como é que… - Ele nem acabou de responder e eu espetei-lhe o mesmo punhal que ele usou na sua cara, foi a minha agilidade sobre-humana que me ajudou a pega-lo antes que ele pudesse. Mas eu não parei. Decidi degolá-lo como ele fez com Sarah e eu senti-me, tão vivo e tão contente por ter feito aquilo. Mas foi então que eu voltei aos meus instintos, meus olhos tornaram-se na cor original e após perceber o que cometera naquele momento, cai de joelhos e olhei para os meus braços – O que foi que eu fiz? – Perguntei-me chocado.
Gritei desesperadamente em gritos agónicos.
Mas lá fora, o mesmo sujeito que me fez aquilo estará ainda de braços cruzados, encostando a um poste. Suas ultimas palavras foram as seguintes.
“ Vingança é o que eu sou na verdade” – Ele desapareceu em uma pilha de cinzas.
Criado por: Leónidas554