Wiki Creepypasta Brasil
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Eu sempre fui uma pessoa solitária. Nunca tive um contato visual com as pessoas, todas elas pensam que eu sou esquisito, pelo fato de eu quase nunca falar. Pois eu amava o silêncio.

Pessoas não gostavam de mim e algumas sim, como meu patrão, eu não irritava ele, era pontual, nunca faltava no trabalho e eu era um trabalhador exemplar.

Eu me sentia sombrio naqueles últimos dias.

Eu sempre amei ir a biblioteca. Eu amava sentir o cheiro dos livros, adorava espirrar por causa da poeira dos livros e, sobretudo, lá era o lugar mais quieto do mundo. Eu entrava lá, pegava um café, um livro e me sentava. Eu me mergulhava nas histórias dos livros.

Mas hoje foi diferente.

Eu estava lendo o melhor livro do mundo, até que entraram 3 adolescentes arruaceiros na biblioteca. Eles estavam rindo, estragando o silêncio puro da biblioteca. Eu odiei isso.

Algumas vezes na biblioteca, eu ouvia buzinas de carros, crianças chorando e cachorros latindo. Isso era horrível, qualquer som que eu escutava estragava a realidade imaginária dos livros, eu sentia o livro se transformar em poeira nas minhas mãos.

Eles riram muito alto, mas tentei não ligar para o barulho. Mas eles riram de mim, pegaram o meu livro e pisaram nele, dizendo que livros são entediantes e servem para trazerem nerds pro mundo. Pois então, eles rasgaram livros, derrubaram prateleiras e queimavam os livros.

Eu fiquei enfurecido, aquilo bastava! Eu me levantei e bati naqueles arruaceiros! Bati e estrangulei eles! Eles destruíram o paraíso dos livros! Chamei a polícia, eles levaram esses moleques para casa, agora vão ter o que merecem!

5 dias depois do incidente, eu ouvi uma notícia que destruiu minha vida. A biblioteca faliu e agora, iriam desmoronar ela e criar encima dela um shopping.

Eu fiquei super bravo! Eu não acreditei nisso! Minha vida estava lá naquela biblioteca, agora iriam destruir o lugar onde os livros moravam e construir um shopping barulhento! Eu corri até lá e gritei para eles:

“Filhos da puta! Não destruam este lugar! Ele não pode ser destruido!!!” Então corri pra eles e bati neles, mas chamaram os seguranças e me arrastaram.

Fui levado ao tribunal, terei que ficar em prisão domiciliar por 5 anos! Isso não é justo! Eu tentei evitar que minha vida fosse destruída e agora ficarei preso na minha casa por 5 anos!

Quando voltei pra casa, vi a biblioteca explodir até o ultimo tijolo.

2 meses se passaram, minha vida nunca mais voltou a ser a mesma. Fiquei preso na minha casa ouvindo aquele shopping barulhento.

Faria de tudo para destruir essas cordas vocais! Mas tentei algo que não me recomendo. Tentei ajuda com os espíritos através de um ritual que eu vi na internet. Fiz ele e nada aconteceu. Então eu fui dormir. Mas tive um sonho lúcido.

Nesse sonho, eu estava na escuridão, mas um vulto branco em forma humanoide apareceu na minha frente. Ele disse que era o Silêncio.

“Você é o silêncio? Mas o que você quer?” Eu disse.

“Você quis que a biblioteca vivesse, mas fracassou. Então te farei um acordo. Quando acordar, eu trarei o pulha que mandou destruir a biblioteca. Se você torturar e matar ele, trarei o silêncio para você. Mas você terá um preço á pagar.” Ele disse.

Eu aceitei sem pensar duas vezes. Quando acordei, eu fui ao porão e vi o pulha que mandou destruir a biblioteca. Como o Silêncio me mandou, eu torturei ele até a morte. Ele apareceu e disse para eu aproveitar o silêncio.

Eu desmaiei, quando acordei na minha cama, tudo estava silencioso, não ouvi um barulho sequer, isso me deixou feliz. Mas no outro dia eu percebi algo misterioso.

Todos estavam desesperados, ninguém conseguiu fazer barulho. Ninguém conseguiu falar, nem mesmo eu.

Eu vi. Esse era o preço que eu iria pagar, o mundo se tornaria silencioso para todo o sempre. Implorei para o Silêncio trazer os sons de volta, pois, por mais que eu gostasse de quietude, não queria que o mundo se silenciasse pra sempre. Mas ele disse: “Você não pode desfazer seus erros”.

Me matei depois disso, agora, eu faço parte do silêncio. Mas eu digo uma coisa.

Nunca peça pro mundo ser silencioso.

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