Lucas era um estudante muito jovem que havia mudado há apenas dois meses para uma nova cidade, verde, chuvosa, e que dava um impressão deprimente de esquecimento, mas isso era um consolo para ele, em sua antiga e ensolarada morada perdeu horrivelmente ambos sua madrasta e seu irmão mais velho num assalto, Lucas nunca foi sociável, e era sensível, mudando de humor quase sempre, não era tão ligado a sua madrasta porque a mesma apesar de se esforçar não disfarçava que o achava estranho, porem a perda de seu irmão mais velho o traumatizou muito e o deixou em um estado psicológico muito debilitado. Desde que tudo aconteceu seu pai que sempre foi super protetor com ele, acabou ficando ainda mais.
Um garoto inteligente e criativo, Lucas gostava de estudar, e a muito tempo queria sair daquela cidade sem graça, nas horas vagas gostava de aproveitar a natureza de seu jeito. Seus últimos dias foram relatados num diário, cujo o qual foram perdidas muitas folhas.
Dia 1[]
Tem dois meses que mudei para essa cidade, eu não costumo escrever em diários mais vou começar a fazer isso agora, acho que vai ser relaxante, mesmo essa dor sem fim não me fez deixar de notar como esse lugar me agrada, meu pai só mudou pra cá por minha causa, a escola é legal também, não falei com ninguém, como já esperava, mas uns garotos mexeram comigo. Não gostei nada disso. A monitora chamou a atenção deles. Como se isso fosse adiantar. Mas ignorei, e ao chegar em casa vi um recado do meu pai na secretária eletrônica dizendo que tinha que organizar algumas coisas então chegaria tarde em casa nos próximos dias, disse para eu não sair e trancar tudo, já que ele não havia achado ninguém para cuidar de mim enquanto ele estava fora, eu comi umas maçãs e sai, fui andar na floresta. Desde que cheguei senti 'algo' naquela floresta, exatamente por isso que gostei dela. Lá não tem pessoas me incomodando, só tem o silêncio, fiquei lá até as primeiras estrelas aparecerem e fui pra casa, fiz tarefas, tomei banho e agora vou dormir.
As páginas 2 e 3 falavam sobre a floresta e algo sobre ódio pelos garotos que o atormentavam. Então não foi possível descobrir nada de concreto nas duas.
Dia 4[]
Ainda não acredito no que encontrei na floresta, ele me ajudou muito, aqueles garotos me encontraram quando eu estava voltando do mercado e se não fosse por ele, não sei o que teria acontecido, não me preocupo mais com vultos na casa ou sons estranhos, sei que é apenas meu amigo da floresta."
Mais três folhas estavam estragadas, e manchadas por algum fluído preto, porem, de uma delas foi possível traduzir algo.
Dia 7[]
Aqueles garotos não apareceram mais na escola, não sei o que aconteceu, ele disse que não faria nada de mais com eles, acho que ele matou os garotos, estou com medo, não consigo me concentrar em nada, eu vejo ele por toda a parte agora até na escola, e ninguém mais vê, minha cabeça chia quando ele está por perto, e ele fica falando coisas estranhas, como retribuição ou algo assim, acho que ele não é meu amigo acho que (parte da pagina danificada pelo fluido preto), enfim, vou dormir."
Mais uma folha muito danificada pelo fluido preto.
Dia 9[]
Minha cabeça está chiando, não consigo pensar direito, não lembro das coisas, não lembro se vejo ele sempre ou só algumas vezes, acho que ontem a noite eu sai e fui na floresta e ele me disse que (parte da pagina rasgada) acabasse eu também acabaria, estou cansado e não consigo dormir."
As páginas do diário foram encontradas ao lado do corpo mutilado de Lucas na floresta, não acharam nenhuma pista, a não ser por uma folha branca com um circulo distorcido com um X no meio escrito com o mesmo fluido preto, os garotos que atormentavam Lucas foram encontrados as margens de um córrego próximo a rodovia por um casal de fazendeiros, estavam em decomposição e era possível notar uma expressão de horror em seus rostos. O pai de Lucas ficou muito debilitado com a morte do filho e se mudou para a cidade de sua mãe.